Policiais penais do Acre realizaram novo protesto na manhã desta terça-feira (16) em frente à Assembleia Legislativa, em Rio Branco, reivindicando melhores condições de trabalho, valorização da categoria e mudanças no plano de cargos e escalas. A mobilização ocorre uma semana após manifestação semelhante e reflete o crescente descontentamento dos servidores com a estrutura do sistema prisional. Os trabalhadores também anunciaram a entrega de uma carta com denúncias ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que cumpre agenda oficial no estado.
Segundo José Janes, policial penal e secretário da Federação dos Servidores Públicos do Acre, o documento detalha escalas consideradas desumanas, como jornadas de 24 horas seguidas com retorno imediato ao serviço. Janes afirma que a categoria busca diálogo com o governo para evitar o agravamento da situação. “Não somos inimigos do governo. Queremos soluções para um sistema à beira do colapso. Sem diálogo, haverá mais fugas e adoecimento de servidores”, declarou. A carta também aponta a baixa convocação de aprovados no concurso público de 2023, com apenas 183 nomeações frente a um contingente de cerca de 600 profissionais aptos.
Em nota, o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Marcos Frank Costa, afirmou que as convocações seguem o limite orçamentário e respeitam o prazo de validade do concurso. Ele destacou que novas contratações estão sendo analisadas conforme as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. O edital homologado em março prevê carga horária de 40 horas semanais e contempla cargos como agente penal, assistente social, engenheiro civil e psicólogo, distribuídos entre os polos Baixo Acre, Juruá, Purus, Tarauacá e Envira.