O governo Lula apresentou resistências e críticas à premiação da venezuelana María Corina Machado com o Prêmio Nobel da Paz de 2025, o que foi interpretado por alguns como um boicote diplomático. Fontes próximas ao Planalto avaliaram a escolha do comitê norueguês como “fraca”, destacando o histórico controverso de María Corina, principalmente seu suposto apoio ao golpe contra Hugo Chávez em 2002, o que ela nega. A equipe do presidente Lula também criticou a postura do líder oposicionista que buscou apoio externo para derrubar o regime de Nicolás Maduro, comparando sua atuação à política brasileira que recorrem a avaliações externas. Além disso, o governo brasileiro não assinou um documento do Mercosul que saudava a líder venezuelana, mostrando seu distanciamento em relação à premiação.
María Corina Machado, por sua vez, rebateu publicamente as críticas de Lula, acusando-o de machismo para minimizar sua luta diante das dificuldades políticas na Venezuela. Ela tem sido a principal voz da oposição venezuelana, enfrentando perseguições, inabilitação para cargas públicas e restrições do regime chavista. O comitê do Nobel justificou a escolha em função de seu esforço incansável pela defesa dos direitos democráticos e pela transição da Venezuela para a democracia. Já o governo brasileiro, alinhado com a política de Maduro, concentra-se em fortalecer o diálogo e evitar intervenções externas, vendo com desconfiança a premiação que pode fortalecer posições intervencionistas na política venezuelana e norte-americana.
Essa situação expôs difícil no relacionamento diplomático do Brasil com a oposição venezuelana e seu governo atual, refletindo divergências quanto à estratégia para a política de crise na Venezuela. O discurso oficial do governo Lula privilegia o diálogo e o respeito à soberania, enquanto María Corina é vista como símbolo da resistência democrática que busca apoio internacional para sua causa. O episódio revela uma disputa não só política, mas simbólica, sobre os rumores da Venezuela e a influência geopolítica na região latino-americana.