Raízen vê espaço para reajuste nos preços de etanol em meio à alta demanda

Brasil

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Preço mais baixo do etanol e a
competitividade frente à gasolina, segundo ele, têm contribuído para elevar
demanda

O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, avalia
que há espaço para o aumento do consumo de etanol no país, assim como para a alta
dos preços do biocombustível ao
longo dos próximos meses. O preço mais baixo do etanol e a competitividade
frente à gasolina, segundo ele, têm contribuído para elevar a demanda.

De acordo com resultados divulgados na
última semana, a Raízen teve
queda de 17,6% nos volumes de etanol vendidos no terceiro trimestre do
ano-safra 2023/24 (que corresponde ao quarto trimestre do ano passado) ante
igual período do ano anterior.

A empresa, porém, buscou justificar o
resultado com o argumento de que se tratou de um reforço do estoque para venda
futura, em razão dos preços ainda em baixa – no período, a queda foi de 31%, na
comparação anualizada.

“O que estamos vendo é um consumo muito
elevado, está surpreendendo”, disse Mussa, em entrevista. A Raízen, como
indicou o executivo, trabalha com a perspectiva de continuidade do aumento do
consumo de etanol.

“Vai continuar alto, ainda há uma diferença, com um preço que
atrai o consumidor. Não vejo arrefecimento até março, a não ser com um grande
aumento do preço”, afirmou.

Com a diferença atual entre o preço da
gasolina e do etanol, Mussa acredita que há espaço para aumento do valor
cobrado pelo etanol, em função da alta procura.

“O quanto mais tivermos de consumo de
etanol vai determinar até qual patamar irá a alta do preço”, disse ele,
afirmando que a Raízen está bem posicionada para aproveitar esse cenário
positivo dos preços. Nos postos de combustíveis, o preço médio chegou a R$ 3,55
por litro (mais informações nesta página).

Etanol
e açúcar

A Raízen registrou lucro líquido
ajustado de R$ 754,4 milhões, uma alta de 195% ante o lucro anterior de R$
255,7 milhões.

A receita líquida no trimestre caiu
3,1% na comparação anual, chegando a R$ 58,49 bilhões. Na mesma base de
comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,92 bilhões, alta de 32,5%.

Ao longo do trimestre, a Raízen
processou 18,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 36,2% maior que o
de igual período de 2022. O mix de produção foi de 50% de açúcar e 50% etanol,
ante proporções de 48% e 52%, respectivamente, um ano antes.

Em comunicado sobre o balanço, Mussa
classificou o trimestre como um “dos melhores resultados da história” da
empresa. “Em renováveis e açúcar, batemos recorde de moagem com substancial
recuperação da produtividade.

Temos comercializado nosso açúcar em um
novo patamar de preços com importante melhora nos resultados”, disse ele.

Ao tratar especificamente do etanol,
afirmou que, ” mesmo neste ambiente de preços mais pressionados, nosso
portfólio diferenciado sustentou preços superiores à média do mercado e nossa
estratégia de comercialização vem se mostrando acertada”.

 

Por Leandro
Silveira, do Estadão Conteúdo

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