O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto que trata da responsabilização pelos atos de 8 de Janeiro, afirmou neste domingo (21) que a proposta de redução de penas pode ajudar a encerrar a polarização política no país. Segundo ele, o objetivo é permitir que o Brasil chegue às eleições de 2026 discutindo temas de interesse nacional, e não preso a disputas ideológicas. A declaração foi dada no mesmo dia em que manifestantes foram às ruas contra a chamada PEC da Blindagem e contra qualquer tipo de anistia a envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
Apesar dos protestos, Paulinho disse que não pretende alterar seu posicionamento. “Essas manifestações viraram mais do mesmo. Vamos nos manter firmes no nosso propósito de apresentar um relatório até terça-feira à noite ou quarta pela manhã”, afirmou. O parlamentar também declarou que o texto não prevê anistia, mas sim uma revisão na dosimetria das penas aplicadas. A mudança de foco foi definida após reunião com lideranças políticas e ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Segundo Paulinho, até o Executivo teria sinalizado apoio à proposta.
A expectativa é que o relatório seja levado ao plenário da Câmara na próxima semana. Para isso, Paulinho deve se reunir com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de líderes partidários da base e da oposição. Estão previstos encontros com centrais sindicais, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e representantes do PL, como Sóstenes Cavalcante, Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e Zucco. A legenda ainda resiste ao que chama de “anistia light” e, segundo o relator, deve consultar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.
