Ex-governador estava em coma desde a última terça-feira (9)
e teve piora no quadro clínico. Ele morreu na madrugada deste domingo (14) na
UTI do Hospital Santa Juliana. Velório ocorre no Palácio Rio Branco. Estado
decretou luto de três dias.
Após cinco dias internado, o ex-governador do Acre Romildo
Magalhães morreu na madrugada deste domingo (14) aos 78 anos na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Juliana, em Rio Branco.
Romildo Magalhães estava em estado crítico desde que deu
entrada na UTI na última terça-feira (9) por complicações da diabetes. Em coma,
o ex-governador respondia a alguns estímulos, porém, teve uma piora súbita em
seu quadro de saúde.
A causa exata da internação não havia sido divulgada pela
família, mas o ex-governador sofria há anos com complicações relacionadas ao
diabetes, motivo de internações anteriores.
O velório de Romildo Magalhães ocorre no Palácio Rio Branco
a partir das 9h deste domingo (14) e o sepultamento vai ocorrer no Cemitério
São João Batista às 16h30.
Estado decreta luto
O governo do Acre divulgou uma nota de pesar, assinada pelo
governador Gladson Cameli, e decretou luto oficial de três dias pela morte do
ex-gestor.
Segundo o comunicado, Romildo Magalhães ‘deixa uma história
de forte influência na política acreana dos últimos 40 anos, que serão levados
para toda a vida por seus irmãos, filhos e netos e sua esposa Rosinha
Magalhães’.
A nota destaca também que o ex-gestor teve a vida pautada
‘pela simplicidade, cuidado e amor ao próximo’.
“Que Deus possa fortalecer os corações de seus
familiares e amigos diante de tamanha dor e tristeza, dando-lhes a certeza de
que ela agora habita em plenitude de alegria nos braços de Deus”.
Ex-governador assumiu após morte de titular e teve filho
assassinado
Nascido no dia 9 de abril de 1946, Romildo Magalhães
estudou só até a quarta série do ensino fundamental. Ainda assim, ocupou
diversos cargos públicos. Em sua cidade natal, Feijó, foi vereador por
três mandatos e prefeito por duas vezes. Foi ainda deputado.
Em 1990 se elegeu vice-governador pelo extinto Partido
Progressista Reformador (PPR) em uma chapa encabeçada por Edmundo Pinto.
Pinto viria a ser assassinado a tiros no dia 17 de maio de
1992 após três homens invadirem a suíte que ele estava hospedado no Hotel Della
Volpe Garden, na Rua Frei Caneca, em São Paulo. O crime na época levantou
suspeitas de ter sido “queima de arquivo”, já que o governador
deveria depor em um caso de suspeita de corrupção. A investigação, entretanto,
concluiu que havia sido latrocínio.
Com a morte dele, Romildo Magalhães se tornou, então,
governador e exerceu o cargo entre 1992 e 1994.
Magalhães teve ainda um filho assassinado logo que deixou o
governo. Romildo Magalhães Júnior foi morto a tiros aos 17 anos durante uma
tentativa de assalto ao haras da família na Estrada Transcreana. O crime
ocorreu na noite de 17 de julho de 1995.
Um dos suspeitos do crime, conhecido como Hélio Pinguim,
teria sido executado algum tempo depois. A suspeita na época é que o executor
da morte tivesse sido o filho mais velho de Romildo, Shelton Magalhães.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) chegou a investigar
ainda uma possível conexão entre o ex-governador e o esquadrão da morte
comandando pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal, autor do crime da motosserra e
outros assassinatos no Acre durante a década de 90. Os casos, entretanto, não
foram levados adiante.
Nos anos seguintes, o ex-governador se afastou do cenário
político salvo aparições pontuais.
Em 2000, o Ministério Público do Acre ajuizou uma ação
contra ele e Pascoal e após vários recursos a Justiça condenou os dois, em
2009, por improbidade
administrativa.
Segundo a Justiça, na época, Magalhães, ao assumir a
direção do estado promoveu o então tenente-coronel Hildebrando Pascoal a
patente de coronel. Logo após a promoção, Pascoal foi transferido para a
reserva remunerada.
Em 2019, a Justiça do Acre determinou que eles devolvessem
quase R$ 2 milhões aos cofres públicos, após serem condenados por
enriquecimento ilícito. Além disso, foram cancelados os decretos governamentais
assinados por Magalhães. O ex-governador deveria devolver R$ 806.696,73 mil,
mais multa e suspensão dos direitos civis por oito anos.
Nos últimos anos o ex-governador ficou com a saúde cada vez
mais fragilizada pela diabetes, tendo sido internado na UTI no final de 2023 e
tendo amputado uma das pernas.
Por G1 AC