A condição de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro tem gerado preocupação entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente em relação ao quadro abdominal, considerado delicado por médicos que atendem servidores da Corte. Embora o câncer de pele recentemente diagnosticado também esteja sob acompanhamento, é o estado clínico mais complexo que tem influenciado as discussões sobre o cumprimento da pena imposta a Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes correlatos. Inicialmente, cogitou-se o envio do ex-presidente a uma cela especial no presídio da Papuda, como forma de evitar qualquer percepção de privilégio.
No entanto, diante da necessidade de cuidados médicos contínuos e da possibilidade de emergências, ministros passaram a considerar a prisão domiciliar como a alternativa mais adequada. A mudança de postura também foi motivada pelo falecimento de um detento envolvido nos atos de 8 de Janeiro, que morreu após passar mal na prisão. A Corte avalia se Bolsonaro permanecerá diretamente em casa ou se será encaminhado temporariamente a uma unidade prisional especial. Caso opte pela segunda via, o STF deve acolher rapidamente eventual pedido da defesa para retorno à prisão domiciliar.
Atualmente, Bolsonaro está detido preventivamente por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de um inquérito que investigou coação no curso do processo. Apesar da conclusão da investigação, não houve denúncia formal. A definição sobre o local definitivo de cumprimento da pena dependerá do julgamento dos recursos apresentados pela defesa e do trânsito em julgado da ação penal.