A titular da Secretaria do
Meio Ambiente do Acre (Sema), Julie Messias, recebeu em seu gabinete nesta
terça-feira, 27, o secretário do Meio Ambiente de Santa Rosa do Purus, Paulo
Roberto Kaxinawá. O gestor está na capital para pedir apoio do governo do Estado
no enfrentamento da cheia do Rio Purus, que afeta o município.
O governo do Acre enviou 700 quilos de
alimentos e itens de primeira necessidade, que chegaram nesta terça, 27, para
auxiliar a população local. A cheia do Purus, que circunda parte da cidade,
começou no sábado, 24.
Na medição das 18 horas desta terça-feira,
27, o rio apresentou sinais de vazante e o nível baixou para 10,1m, de acordo
com o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma).
Porém, o manancial permanece acima da cota de transbordo, 9 metros.
O município, de acordo com o secretário, está
60% debaixo d’água e, com isso, além das moradias da população em geral,
indígenas e produtores rurais perderam seus roçados.
“Neste momento, a situação é muito triste, a
parte baixa da cidade está toda alagada, [atingindo] a população que mora às
margens do rio, ribeirinhos, indígenas, todos. Mais da metade da cidade
atingida. Viemos aqui pedir apoio da secretária Julie, que sempre nos recebe, e
ela garantiu que o governo já está com todo suporte e que, inclusive, já mandou
mantimentos”, afirmou o gestor.
O governador Gladson Cameli recomendou que
todas as secretarias de governo atuem frente à mitigação dos danos causados
pela cheia em Santa Rosa, município isolado.
“Recebi o secretário, que atua em parceria
com a Sema. O Estado busca garantir suporte aos atingidos pela cheia,
direcionando todo o seu efetivo nessa atuação conjunta”, afirmou Julie.
Também estiveram presentes na reunião a
secretária adjunta da Sema, Renata Souza, e o diretor de Meio Ambiente, André
Pellicciotti.
Trabalho integrado
O governo mobilizou equipes para enviar
insumos em um avião de pequeno porte, em uma ação conjunta da Companhia de
Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), Sema e secretarias de Estado
da Casa Civil, de Povos Indígenas (Sepi) e de Assistência Social e Direitos
Humanos (SEASDH). Com as doações, seis abrigos devem receber cestas básicas com
ovos, frangos e sacolões, além de fraldas descartáveis, redes e cortinados,
para garantir mais conforto aos desabrigados e desalojados.
Em Santa Rosa do Purus, a cheia deste ano já
é histórica para a população do município, alcançando as zonas urbana e rural.
Cerca de 1.495 pessoas receberam atendimento do Corpo de Bombeiros.
Situação de emergência reconhecida
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação de emergência decretada em 17 cidades do Acre no último domingo, 25. A portaria 622, assinada pelo secretário da pasta, Wolnei Wolf Barreiros, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda, 26.
Com isso, o Estado consegue acessar recursos
federais complementares, para ajudar no atendimento às famílias atingidas pela
cheia no Acre, causada pelo transbordamento dos rios e igarapés. Até esta
terça-feira, 27, mais
de 11 mil pessoas precisaram sair de suas casas devido à enchente. Nas dez
cidades mais afetadas, há 58 abrigos para atender a população e todos têm
recebido suporte do governo.
Os municípios que estão em
estado de emergência são Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul,
Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de
Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira,
Tarauacá e Xapuri.
Por Janine Brasil, Notícias do Acre