O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Acre denunciou ao Ministério do Trabalho uma série de irregularidades em obras públicas no estado, incluindo a construção do novo Mercado Elias Mansur, em Rio Branco. Segundo relatório da entidade, apenas cinco dos cerca de 60 operários que atuam na obra possuem carteira assinada. A empresa responsável, estaria descumprindo normas trabalhistas básicas, como registro formal e fornecimento de alimentação. O presidente do sindicato afirma que tentou diversas vezes acessar o canteiro de obras, mas foi impedido, o que levanta preocupações sobre a transparência na condução do projeto.
A situação, segundo o sindicato, não se limita à capital. Em diversos municípios acreanos, obras de escolas, hospitais, estradas e avenidas estariam sendo executadas por uma empresa titular que terceiriza os serviços sem garantir os direitos mínimos aos trabalhadores. Estima-se que mais de 3 mil profissionais deveriam estar formalizados, mas apenas cerca de 300 possuem registro em carteira. A prática de subcontratação sem vínculo legal tem gerado precarização, com relatos de jornadas exaustivas, ausência de refeições e falta de equipamentos de segurança. O sindicato cobra fiscalização rigorosa e responsabilização das empresas envolvidas.
Diante das denúncias, o Ministério do Trabalho anunciou que realizará visitas técnicas aos locais mencionados para apurar as condições de trabalho. A informalidade, embora não seja crime, exige que empresas e entes públicos cumpram rigorosamente as normas legais. O caso do Mercado Elias Mansur, considerado uma das maiores obras em andamento na capital, tornou-se símbolo da fragilidade na fiscalização e da urgência em garantir dignidade aos operários da construção civil.
O sindicato reforça que continuará acompanhando as obras e exigindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados em todo o Acre.