A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (16), em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que amplia a proteção judicial a parlamentares. Com 353 votos favoráveis e 134 contrários, o texto fortalece a inviolabilidade por opiniões, palavras e votos, e estabelece que presidentes de partidos com representação no Congresso só poderão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, no entanto, gerou críticas por ser vista como um escudo contra investigações e punições, especialmente em casos de crimes graves.
Entre os oito deputados federais do Acre, sete votaram a favor da proposta. A única exceção foi Socorro Neri (PP), que se posicionou contra a PEC e justificou seu voto nas redes sociais. “Meu voto é pelo respeito às leis, pela transparência, pela democracia e pelo bem coletivo”, escreveu. A parlamentar reforçou que o Parlamento não deve criar mecanismos que dificultem a responsabilização de seus membros, pois isso compromete a confiança da população e enfraquece as instituições democráticas. Sua postura foi elogiada por setores da sociedade civil que defendem maior rigor na fiscalização de agentes públicos.
A PEC ainda precisa passar por segundo turno na Câmara e ser aprovada pelo Senado. Enquanto isso, o debate sobre os limites da imunidade parlamentar continua a dividir opiniões. O voto de Socorro Neri se destaca como um gesto de independência e compromisso com a ética pública, contrastando com a maioria da bancada acreana, que optou por apoiar a proposta. A decisão da deputada reacende a discussão sobre transparência e responsabilidade no exercício do mandato, em um momento em que a sociedade exige mais integridade dos seus representantes.
