A definição sobre o local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá cumprir pena, caso seja condenado no processo que investiga a suposta trama golpista, está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Três possibilidades são consideradas: a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, uma cela especial no Centro Penitenciário da Papuda ou um quartel do Exército. Esta última, embora cogitada por aliados, é vista como improvável por integrantes da Corte, devido ao potencial de mobilização de apoiadores em áreas militares.
A defesa de Bolsonaro já articula um pedido de prisão domiciliar, alegando fragilidade na saúde do ex-presidente, que tem 70 anos e enfrenta problemas como hipertensão, refluxo e sequelas de cirurgias abdominais decorrentes do atentado sofrido em 2018. Desde agosto, ele cumpre medidas cautelares em casa, após descumprir determinações judiciais. A expectativa entre aliados é de que, mesmo com uma eventual condenação, o início do cumprimento da pena só ocorra em novembro. Enquanto isso, o julgamento segue na Primeira Turma do STF, com dois votos pela condenação e um pela absolvição até o momento.
A possibilidade de Bolsonaro ser detido na sede da Polícia Federal remete ao caso do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que permaneceu 580 dias preso em Curitiba. A PF já preparou uma cela especial em Brasília, equipada com cama, banheiro e televisão. Por outro lado, a Papuda, que já recebeu políticos como Paulo Maluf e Luiz Estevão, é vista com apreensão pelo ex-presidente, que teme por sua integridade física. A decisão final sobre o local de cumprimento da pena será tomada após o encerramento do julgamento, previsto para esta quinta (11) ou sexta-feira (12).