O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A ação penal será conduzida pela Primeira Turma da Corte, que reservou oito sessões para análise do caso, distribuídas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Os réus respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e violação de patrimônio tombado.
Entre os acusados estão ex-integrantes do governo Bolsonaro e militares de alta patente, como os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, além do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid. O deputado federal Alexandre Ramagem, por sua condição parlamentar, responde a três dos cinco crimes atribuídos ao grupo. A sessão será aberta pelo ministro Cristiano Zanin, com o voto inicial do relator Alexandre de Moraes, seguido pelos demais integrantes da turma: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Zanin.
A Procuradoria-Geral da República será representada por Paulo Gonet, responsável pela acusação. A defesa de Bolsonaro, em alegações finais de 197 páginas, classificou a denúncia como “absurda” e pediu a anulação da delação de Mauro Cid, alegando falta de provas que vinculem diretamente o ex-presidente à suposta trama golpista. A condenação dependerá de maioria simples entre os cinco ministros. Caso haja condenações, as prisões só poderão ser efetivadas após o julgamento dos recursos. Mais de 3 mil pessoas se inscreveram para acompanhar presencialmente o julgamento, que também será transmitido ao vivo por canais oficiais do STF.
