Tribunal se corrigiu e disse que decisão de Alexandre de
Moraes não proíbe Ramagem e Bolsonaro de se encontrarem. O ex-diretor da Abin é
pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro
O Supremo Tribunal Federal (STF) se corrigiu nesta
terça-feira (16/7) e destacou que a decisão do ministro Alexandre de Moraes não
proíbe que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem
(PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), possam se
encontrar. Os dois são alvos de uma investigação sobre o uso do órgão para
espionagem ilegal.
Inicialmente, a Corte havia informado que a decisão proibia
encontros entre eles. No entanto, o STF se corrigiu e explicou que a
determinação é válida para os investigados que foram alvo da etapa da semana
passada da Operação Última Milha, da Polícia Federal. Os dois não estão entre
os investigados daquele dia.
Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro e
apoiado por Jair Bolsonaro. Caso não pudessem se encontrar, por medidas
judiciais, eles teriam dificuldades na articulação eleitoral.
Quebra de sigilo
O ministro Alexandre de Moraes derrubou, na segunda-feira
(15/7), o sigilo de um áudio em que Jair Bolsonaro discute com Alexandre
Ramagem um plano para blindar na investigação sobre a rachadinha envolvendo o
senador Flávio Bolsonaro (PL-SP). O ex-presidente também conversou com o
general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), sobre o inquérito que trata de possível rachadinha contra seu filho.
A gravação colhida pela Polícia Federal durante a
investigação sobre a “Abin paralela”, que apura uso do órgão para
espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro. A gravação de 1 hora e 8 minutos
teria sido feita pelo próprio Ramagem durante encontro com Bolsonaro.
Na conversa interceptada, o ex-diretor da Abin propõe abrir
procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram
Flávio para anular as investigações, e Bolsonaro concorda. A estratégia foi
posta em prática, e o processo contra Flávio foi arquivado em 2022.
Por Correio Braziliense