O Brasil celebra os 35 anos da Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (SUS), marco que consolidou o direito universal à saúde como princípio constitucional. Criado a partir da mobilização de constituintes em 1988, o SUS tornou-se a política pública mais abrangente do país, com presença em todos os municípios e reconhecimento internacional. Ao longo de sua trajetória, enfrentou crises institucionais, disputas federativas e desafios como a pandemia da Covid-19, mantendo-se como pilar essencial da proteção social. A nova fase do sistema propõe reconstrução com base em quatro pilares: combate à desinformação, fortalecimento institucional, inovação tecnológica e saúde como vetor de desenvolvimento.
Entre os avanços recentes, destaca-se a reversão da queda nas taxas de vacinação infantil, com aumento da cobertura em 15 das 16 vacinas desde 2023. Iniciativas como a caderneta digital da criança e o programa Saúde na Escola contribuíram para a aplicação de mais de 1,2 milhão de doses até setembro de 2025. No campo da gestão, o programa Agora Tem Especialistas ampliou o acesso a médicos em regiões carentes, integrando redes públicas e privadas. Além disso, o Brasil Saudável estabeleceu metas para eliminar doenças negligenciadas e fortalecer a prevenção do câncer de colo do útero, enquanto o Congresso discute um novo marco legal para enfrentar epidemias e mudanças climáticas.
A transformação digital também avança, com mais de 4 milhões de teleconsultas realizadas e a implementação do CPF como identificador único no Cartão SUS. No eixo do desenvolvimento, o país retomou a produção nacional de insulina após duas décadas e incorporou novas vacinas com tecnologia de ponta. A celebração dos 35 anos do SUS não apenas reconhece conquistas históricas, mas também aponta para escolhas decisivas: investir em um sistema mais justo e inovador ou permitir retrocessos.
