A identificação de Mateus Lima da Silva, desaparecido desde maio de 2022, marca um avanço significativo na aplicação de tecnologia para localizar pessoas desaparecidas no Brasil. O reconhecimento foi possível graças à atuação do Instituto de Identificação Raimundo Hermínio de Melo (IIRHM) e à recente integração da Polícia Civil do Acre ao Portal Nacional de Desaparecidos. Em agosto de 2025, Mateus deu entrada no Pronto-Socorro de Rio Branco, desacompanhado e sem documentos. A coleta de digitais realizada pelo IIRHM permitiu o cruzamento com bancos biométricos, confirmando sua identidade e encerrando mais de três anos de angústia para a família.
A adesão do Acre ao Portal Nacional de Desaparecidos representa um marco na modernização das investigações. A plataforma permite o compartilhamento de dados em tempo real entre as polícias civis de todo o país, agilizando a identificação de pessoas e fortalecendo a cooperação entre estados. No caso de Mateus, o uso do sistema Automated Biometric Identification System (ABIS) foi decisivo para o confronto das digitais com registros estaduais e nacionais. A precisão da tecnologia reforça o papel da perícia papiloscópica como ferramenta essencial na resolução de casos complexos.
Segundo autoridades locais, a iniciativa reflete o compromisso com a proteção da vida e a defesa dos direitos humanos. O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, José Henrique Maciel, destacou que a integração de dados e o uso de sistemas avançados oferecem respostas mais rápidas e humanizadas às famílias. Já o diretor do IIRHM, Júnior César da Silva, ressaltou que cada identificação representa a restauração da paz para quem espera por notícias. Com base na Lei 13.812/2019, o registro de desaparecimento pode ser feito imediatamente, sem necessidade de aguardar 24 horas, ampliando as chances de localização e reforçando o modelo acreano como referência nacional.
