O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quinta-feira, 25, a imposição de uma tarifa de 100% sobre medicamentos de marca ou patenteados importados, com vigência a partir de 1º de outubro. A medida, segundo o mandatário, visa incentivar a produção farmacêutica dentro do território norte-americano. Empresas que já estiverem construindo fábricas nos EUA estarão isentas da nova alíquota, conforme detalhado por Trump em publicação na rede Truth Social. A decisão representa mais um movimento da atual administração em direção ao protecionismo industrial, especialmente em setores estratégicos como o farmacêutico.
A Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA), entidade que representa o setor, manifestou oposição à medida. Em nota divulgada anteriormente, a associação destacou que 53% dos US$ 85,6 bilhões em ingredientes utilizados na fabricação de medicamentos consumidos nos Estados Unidos já são produzidos internamente. O restante vem majoritariamente da Europa e de países aliados. A entidade argumenta que a nova tarifa pode gerar impactos negativos na cadeia de suprimentos, encarecer tratamentos e comprometer o acesso a medicamentos essenciais, especialmente os de alta complexidade e tecnologia avançada.
A decisão de Trump ocorre em meio a um cenário de crescente tensão comercial e política, com foco na reindustrialização dos Estados Unidos. A medida também pode afetar diretamente empresas multinacionais que operam com centros de produção fora do país, pressionando por investimentos em território americano. Especialistas apontam que, embora a política possa estimular a instalação de fábricas, ela também pode gerar retaliações comerciais e elevar os custos para consumidores e sistemas de saúde. O impacto da tarifa será monitorado por analistas do setor e poderá influenciar negociações internacionais e estratégias de mercado nos próximos meses.


