Na sessão legislativa desta
quarta-feira (12), o vereador André Kamai (PT) denunciou a situação de abandono
da Cacimba do João do Balde, no Conjunto Esperança III, uma nascente de água
limpa que há mais de três décadas abastece famílias da região. O parlamentar
destacou a falta de ação do poder público e cobrou medidas urgentes da
Prefeitura de Rio Branco para a preservação da área.
De acordo com Kamai, a cacimba
foi protegida pela comunidade no passado, quando a então presidente do bairro,
dona Raimunda, articulou a doação do terreno onde a nascente está localizada.
No entanto, atualmente, o local encontra-se desprotegido e ameaçado pela
construção de uma estação de tratamento de esgoto a menos de 50 metros dali.
Segundo o vereador, a área deveria ser tratada como um ativo ambiental e não
correr o risco de contaminação.
“Nossa cidade tem vários
igarapés e nascentes de água. Muitos viraram esgoto a céu aberto, mas esse caso
pode ser resolvido. Ali ainda há uma água transparente, limpa, e a Prefeitura
precisa atuar para protegê-la”, afirmou Kamai da tribuna da Câmara.
O vereador relatou a precariedade
em que vivem cerca de 20 famílias na região do Beco da Cacimba, morando sobre
trapiches ao lado de um esgoto a céu aberto. Durante sua visita ao local, Kamai
testemunhou a realidade de crianças e bebês expostos às condições insalubres e
defendeu que soluções efetivas sejam adotadas pelo poder público. “Se
apenas 20 das 1.001 casas prometidas tivessem sido construídas, talvez essas
famílias já não estivessem mais lá”, criticou.
Em um vídeo publicado em suas
redes sociais na última sexta-feira (7), Kamai reforçou a importância da
preservação da cacimba e alertou sobre a omissão da administração municipal.
“A prefeitura, infelizmente, não tem dado atenção para essa situação. As
pessoas vivem cercadas pelo lixo e pelo esgoto. Eu estou andando pela cidade e
vendo a realidade para cobrar soluções”, declarou.
O parlamentar anunciou que está
protocolando um requerimento formal para que a Prefeitura tome providências na
proteção da nascente e na melhoria das condições de moradia das famílias do
Beco da Cacimba. “Podemos transformar essa área em um parque, um espaço de
visitação e lazer. O que não podemos é ignorar essa preciosidade que temos bem
no centro da cidade”, concluiu.
Por Tácio Júnior, com fotos de
Paulo Murilo
