Durante sessão na Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador Neném Almeida (MDB) fez duras críticas à gestão do transporte coletivo na capital acreana. Em seu pronunciamento, ele apontou inconsistências nos contratos firmados com a empresa responsável pelo serviço e questionou a falta de transparência na composição tarifária. Segundo o parlamentar, houve redução significativa na frota e no número de funcionários, sem que isso tenha refletido em diminuição de custos operacionais. “Se tem menos ônibus e menos motoristas, os custos deveriam cair. Mas não é isso que acontece”, afirmou, destacando que a frota caiu de 115 veículos em 2023 para 96 em 2025.
Neném Almeida também contestou o pedido de reajuste tarifário feito pela empresa, alegando que os valores apresentados não condizem com a realidade financeira do sistema. Para ele, os aumentos anteriores já seriam suficientes para cobrir os custos com pessoal. O vereador denunciou ainda irregularidades na planilha de composição da tarifa, como a supervalorização de veículos usados. “Estão contabilizando ônibus com mais de sete anos como se fossem novos, com preço de R$ 1,3 milhão. Isso é inaceitável”, disse. Segundo ele, os índices utilizados não refletem a realidade do mercado e distorcem o cálculo da tarifa.
Diante das denúncias, o parlamentar pediu que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado investiguem os contratos e a gestão do transporte público. “Estamos diante de uma caixa preta que precisa ser aberta. O transporte coletivo é um serviço essencial, e quem paga essa conta é a população mais vulnerável. Rio Branco não aguenta mais essa situação”, concluiu. A fala de Neném Almeida reforça a crescente insatisfação popular com o sistema de mobilidade urbana da capital, que enfrenta críticas recorrentes por má qualidade, atrasos e falta de fiscalização efetiva.