A vice-governadora do Acre, Mailza Assis, conheceu na última terça-feira (16) o projeto de pesquisa da professora Rosana Cavalcante, que investiga o papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade ao longo da Rodovia Transacreana, em Rio Branco. O estudo, realizado em parceria com a Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e supervisionado pela pesquisadora Viviane Kruel, envolve mais de 300 mulheres do Movimento de Mulheres Camponesas da região. A proposta busca compreender como essas agricultoras mantêm práticas tradicionais, cultivam plantas medicinais e contribuem para a segurança alimentar de suas comunidades.
Além da pesquisa acadêmica, o trabalho resultará na produção do documentário Sementes de Resistência, previsto para março de 2026, que pretende dar visibilidade às histórias e saberes dessas mulheres. Rosana Cavalcante destacou que, apesar de serem protagonistas na produção de alimentos, muitas enfrentam obstáculos como a falta de titularidade da terra, acesso limitado ao crédito rural e ausência de assistência técnica. “Elas estão na terra, mas o documento está no nome do marido. Só 5% têm acesso ao crédito. Precisamos mostrar quem são essas mulheres e propor soluções”, afirmou a pesquisadora.
A vice-governadora Mailza Assis elogiou a iniciativa e reforçou a importância de pesquisas que valorizem o protagonismo feminino no campo. Para ela, o estudo é uma oportunidade de transformar conhecimento em políticas públicas que atendam às necessidades reais das mulheres camponesas. “É um trabalho inspirador, que mostra a força e a resistência das mulheres da Transacreana. Quero conhecer de perto esse projeto e contribuir para que ele gere dignidade e oportunidades”, declarou. A pesquisa também pretende preencher uma lacuna de informações sobre a região, onde vivem mais de 10 mil famílias, e estimular ações concretas de inclusão e desenvolvimento.
