Você não é o Estado, Lula

Política

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O presidente e seus baba-ovos acham que sua imagem é mais
importante do que a posição diplomática do Brasil

Lula insultou os
israelenses e judeus em todo o mundo
 ao dizer que a guerra em Gaza só é
comparável ao Holocausto nazista. 

Fez a pior analogia que se poderia fazer nesse caso, a mais
obtusa e ultrajante, e recebeu uma resposta à altura: foi declarado persona
non grata
 pelo governo de Israel.  

Em vez de engolir em seco, uma vez que lançou
a primeira pedra, e buscar preservar a posição diplomática do Brasil, o
petista agiu como se fosse o monarca francês Luís XIV (“o Estado sou eu”).

No início da tarde desta segunda-feira, 19,
ele mandou chamar o
embaixador brasileiro em Israel para consulta – gesto que na
linguagem da diplomacia põe os países no caminho de uma ruptura. 

Ofensas e mentiras

Enquanto isso, gente como Janja, Gleisi
Hoffmann e Paulo Pimenta tentava salvar o presidente da sua própria estupidez,
dizendo que ele não pretendia atingir o povo judeu, mas apenas o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

Ao fazer isso, Janja qualificou
o governo israelense de “genocida”. Gleisi chamou
Netanyahu de “fascista”. São desagravos histéricos ao chefão
petista que, obviamente, não ajudam em nada o Brasil.  

Essa linha de defesa também é mentirosa. Se
Lula quisesse de fato restringir suas críticas ao governo e a Netanyahu, teria
feito isso.  

Celso Amorim, o chanceler das sombras do
atual governo, demonstrou que também não distingue governo e nação judaica ao
cometer o seu próprio ato falho.  

Igualmente histérico, disse que declarar
Lula persona
non grata
 era “um absurdo” e que a
verdadeira persona non grata no
cenário mundial “é Israel”.  

Não falou de Netanyahu ou seu gabinete, mas
de Israel como um todo.  

Política externa à beira do
abismo

É compreensível que Janja e Gleisi se
prostrem diante de Lula. Mas quando um diplomata experiente como Celso Amorim
cede ao culto da personalidade e põe o insensato presidente brasileiro no mesmo
plano de um país, ele rebaixa o Itamaraty e mostra que a política externa
brasileira está à beira do abismo. 

O lapso de Amorim revela ainda o que vai pela
mente da “esquerda
global”
. Para eles, o Estado de Israel é uma aberração histórica
que precisa ser desfeita. 

Lula jamais critica as ditaduras da Rússia,
da China, da Venezuela ou da Nicarágua, porque diz que é importante manter os
canais de comunicação abertos para poder “promover a paz”. Não
hesitou um instante, porém, em dizimar as chances de diálogo com Israel com sua
fala desastrosa. 

Não há ingenuidade nisso,
mas uma escolha e uma preferência. Lula está enganado se acha que as urnas lhe
deram o direito de arrastar o Brasil nesse caminho.

 

Por Carlos Graieb, O Antagonista

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