Na sessão desta terça-feira (15) da Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador Zé Lopes (PP) criticou publicamente o veto parcial do prefeito Tião Bocalom (PL) ao Projeto de Lei que propunha a criação de grupos reflexivos para homens condenados por violência contra a mulher. A proposta, segundo o autor, já é aplicada com sucesso em outras cidades brasileiras e tem eficácia comprovada na redução de reincidência de agressões. A decisão do Executivo, respaldada pela maioria dos vereadores da base governista, retirou trechos centrais do projeto, como a articulação com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça.
Zé Lopes classificou a manutenção dos vetos como um retrocesso nas políticas municipais de enfrentamento à violência de gênero, especialmente diante da notícia de mais um caso de feminicídio ocorrido no dia anterior. Durante sua fala, citou dados alarmantes, nomes de aliados do prefeito envolvidos em denúncias de assédio e fez duras críticas à gestão. “O que esperar de um prefeito que prometeu criar a Secretaria da Mulher e até hoje não cumpriu?”, indagou. O vereador também agradeceu aos parlamentares que votaram pela derrubada do veto, reafirmando seu compromisso com a pauta das mulheres.
Apesar da derrota legislativa, Zé Lopes afirmou que seguirá propondo medidas para proteger mulheres vítimas de violência, inclusive iniciativas que envolvam conscientização e prevenção. Para ele, a ausência de articulação com instituições do sistema de justiça demonstra falta de empenho da Prefeitura em implementar políticas públicas efetivas. O caso reacende o debate sobre o papel das gestões municipais na promoção da segurança, dignidade e oportunidades para mulheres em situação de vulnerabilidade